Polícia verificará que medidas podem ser feitas contra culpados, diz Serpro.
SÃO PAULO - A assessoria de imprensa do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) informou, nesta terça-feira (4), que um inquérito será instaurado na Polícia Federal para verificar se é possível identificar os responsáveis pelo ataque contra o site oficial da Presidência da República no domingo (2) e quais medidas podem ser tomadas contra eles.
“Em toda tentativa de bloqueio na segurança da Presidência, é padrão do órgão e da Polícia Federal investigar quem são os responsáveis”, explica Carlos Marcos Torres, gerente da assessoria de imprensa do Serpro.
O departamento de comunicação da Polícia Federal confirmou que o órgão está recebendo os documentos do Serpro referentes à segurança do site da Presidência e que, assim que o recebimento for concluído e formalizado, o inquérito será aberto.
Segundo Torres, o Serpro já criou uma estratégia de bloqueio ao ataque de "negação de serviço" utilizado pelo grupo e que o órgão já tomou medidas para prevenir que esse tipo de ofensiva aconteça no futuro.
Na segunda-feira, o Serpro confirmou, após análise técnica, que o site da Presidência sofreu ação de hackers na tarde de domingo (2). O grupo "Fatal Error Crew" assumiu o ataque.
“O Serviço Federal de Processamento de Dados confirma que no domingo, dia 2 de janeiro de 2011, houve uma sobrecarga de acessos provocada intencionalmente nos sites presidência.gov e brasil.gov, que tornou os endereços instáveis por algumas horas”, diz nota divulgada pelo Serpro. Quem tentou acessar os sites no domingo teve dificuldades para abrir a página por causa da lentidão de download.
Na nota divulgada, o Serpro destacou que “todos os dados protegidos do governo brasileiro mantiveram-se seguros, sem qualquer invasão ou dano dos sites ou das suas bases de dados". A equipe técnica do órgão “estabilizou” o site às 21h30 de domingo. De acordo com o Serpro, o site da Presidência tem capacidade para suportar até 4,5 mil acessos simultâneos.
'Atacamos por diversão', diz grupo hacker
O grupo que assumiu o ataque ao site da Presidência, o "Fatal Error Crew", disse em entrevista ao G1, que derrubou o endereço por diversão, para mostrar que a segurança dos servidores brasileiros é frágil e para protestar contra a eleição da presidente Dilma Rousseff. Formado em 2001 e atualmente com dois integrantes, os hackers afirmam que já desfiguraram mais de 56 mil sites.
De acordo com o grupo, a mensagem que eles querem passar para a população por meio dos ataques é que "votar é algo sério" e pedem que as pessoas pesquisem tudo sobre o candidato antes de votar.
Embora tenham atacado o site da Presidência, o "Fatal Error Crew" afirma não ter medo de ser punido. "As leis do Brasil ainda não foram adequadas a crimes virtuais. O ataque teve origem de servidores de diferentes locais do mundo e é praticamente impossível de nos localizarem", disse um dos membros do grupo ao G1. "Se não tivéssemos anunciado [a autoria do ataque], ninguém iria saber".
O advogado e professor em direito eletrônico Rony Vaizonf, no entanto, disse que esse tipo de delito se enquadra no artigo 163 do Código Penal como crime de dano ao patrimônio, prevendo de 1 a 6 meses de prisão. "Entretanto, como o ataque foi em um site do governo, é possível que o delito seja classificado como dano qualificado, que prevê de 6 meses a 3 anos de prisão", disse.
Entenda como ocorreu o ataque
De acordo com o grupo “Fatal Error Crew”, foi utilizada uma "negação de serviço" (em inglês, DDoS ou Distributed Denial of Service) que é a "criação artificial de um número elevado de solicitações simultâneas" a um servidor. O golpe é similar ao utilizado recentemente por hackers para derrubar sites de Visa e do Mastercard em protesto contra a proibição de doações ao site WikiLeaks.
Fonte: http://www.imirante.com.br/
Edição: Cícero Ferraz
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